ensonados nas asas brancas
da morte
os pássaros tristemente
apaixonados
em busca da sorte nas
frestas invisíveis do granito esmigalhado
ensonados
todos os silêncios que
habitam nos quartos escuros sem janelas para o mar
quando barcos malvados
de corda ao pescoço
ensonados
enforcados
no profundo poço,
sem nome
com fome
o menino da batina encarnada
e calções às mesquinhas
rabugento
o infeliz momento
do tristemente apaixonado
vento lácteo em perfis de
cimento
tracejando sombras nos
lábios dos travestidos barcos de esferovite
espera impaciente a viagem
que a ponte de aço o leva
até à morte,
a boca alaranjada do
pirilampo ensanguentado
em palavras de miséria
murmuradas
das mãos tuas jangadas
esperadas
matas-te como se o vento
fosse uma simples frase de amor
um jardim em flor
sem nome
com fome
o homem
nas cordas ensonados das
asas brancas da morte.
(poema não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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