madrugada
hoje
sem encontro marcado
com a alvorada transparente
hoje
eternamente só dentro dos silêncios da noite
madrugada
hoje
sem flores na algibeira
o néon agoniado pelo balançar da calçada
a maré cresce
e leva todos os corpos para longe
gaivotas com asas de beijos
mergulham nos púbis felizes dos poemas entre mãos
madrugada
hoje
entre mãos
e os dias que desapareceram do calendário suspenso na parede do amor
viagem
hoje
eternamente só dentro dos silêncios da noite
madrugadas
de papel
entre mãos
e flores queimadas sobre o soalho da tristeza
vem a solidão
vem o mar sem espuma
e leva todos os corpos filhos da madrugada
hoje.
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