Um muro de silêncio separa-me do mar
invisível
com ondas de sabão
e marés de açúcar
oiço as mentiras da minha vida
(e percebo que o teu mar não entra pela janela [AL Berto]
e daqui até ao dia14 de Janeiro...
portanto eu desconfio que se disser mar em voz alta
o mar não vai entrar pela janela)
não existe o mar
nem existem as palavras que me escrevem
nos lençóis de linho com corações de mel
e amêndoas de chocolate
e eu escondia-me dentro do infinito
não existem as estrelas penduradas
no tecto da tenda do circo da noite
onde se cruzam e entrelaçam mãos ensanguentadas de poemas
e lábios de mentira
não existe o amor
a paixão
o mar não existe e é impossível escrever nas cordas do ciúme
onde habitam os mortos sem coração.
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