segunda-feira, 4 de junho de 2012

na minha mão quando partir para longe



Quero que sejas o rio
invisível onde me sento todas as noites
a olhar os barcos ensonados
a fumarem o último cigarro da maré

quero que sejas o perfume da rosa
que toco docemente ao acordar
onde escrevo o primeiro poema da manhã

quero
os barcos ensonados
na minha mão quando partir para longe
e levar comigo as sombras do teu cabelo
para me orientarem nos azimutes da ressurreição

quero que sejas o rio
invisível
a olhar os barcos ensonados
à espera do último cigarro da maré

Sem comentários:

Enviar um comentário