quarta-feira, 6 de junho de 2012
deixei de folhear-te como ontem o fazia
deixaste de acordar nas minhas mãos
e nunca mais peguei em ti
deixei de folhear-te como ontem o fazia
e hoje odeio-te
como na semana passada
deixaste de acordar
nas minhas mãos iletradas
e dos dias que morrem no calendário de parede
o esquecimento ganha forma e cresce de ti
aos poucos
odeio-te
aos poucos
deixei de folhear-te
hoje
hoje olho-te indiferente
sem o prazer de tocar-te
ou ler-te
ou simplesmente olhar-te
não quero saber de ti
e de todos os livros da minha biblioteca
que vivem desassossegados ao teu lado
odeio todos os livros
e todas as palavras
e todos os vidros da janela da noite.
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