Abraça-me,
Como se eu fosse uma
pedra
Fundeada no mar.
Abraça-me,
Como se eu fosse uma
ponte
Suspensa no ar.
Abraça-me,
Como se eu fosse uma
janela
Para observares o luar.
Abraça-me,
Como se eu fosse um poema
Nos sonhos de sonhar.
Abraça-me,
Como se eu fosse uma flor
Nos teus lábios ao
deitar.
Abraça-me,
Como se eu fosse uma pedra,
Ou uma pequena alma
penada;
Porque deste corpo em
guerra,
No final, não sobrará
nada.
E de abraço em abraço,
De cidade em cidade,
Esqueço o cansaço,
Mas nunca, nunca esqueço
a saudade.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 30/01/2022