sábado, 14 de setembro de 2024
Oração à noite
Peço à noite
Que deixe cair o luar nos
teus lábios
E que às estrelas do teu
olhar
As guarde junto ao peito,
Peço à noite
Que seja sempre a noite
Da noite que nos esconde
À noite de quando
sentados junto ao rio…
E digo à noite
Que nos proteja de todas
as noites
Das noites de poesia
Às noites em desejo.
Lágrimas
Desenho o teu doce olhar
Quando acorda a primeira
lágrima da manhã,
E depois da noite se
deitar,
Ensonada,
Vêm a mim as palavras de
escrever,
E as estrelas de desejar,
Transportas nesse doce
olhar,
Lágrimas,
Às vezes,
Tristeza,
Desenho o teu doce olhar
Nas lágrimas que escondo
na insónia,
Sento-me, às vezes, numa
pedra cinzenta,
Triste,
Que lamenta…
As lágrimas do teu doce
olhar.
Doce menina
Menina
Menina Deusa do mar
Menina das palavras
E das noites em luar,
Menina em poesia
Que acorda a cada
amanhecer,
Menina do meu dia
E do meu viver.
Menina
Menina madrugada
Rabisco que acorda o
vento
Menina…
Menina das manhãs em
construção
Que se esconde no
pensamento
Que se esconde dentro de
um pobre coração,
Menina
Mãe de menina…
Menina do meu acordar,
Menina dos lábios de mel
E de sorriso no olhar.
As mãos de Deus
Nas mãos de Deus
Dorme o teu sorriso de
esperança,
Das mãos de Deus,
Na despovoada madrugada,
Uma feliz criança
Semeia o seu olhar,
E encanta,
Os teus lindos lábios de
doce mar,
Nas mãos de Deus
E da alma sagrada,
Há flores que brincam,
Flores que adormecem…
Das mãos de Deus
Há um grito na alvorada,
Silêncios parcos,
Silêncios de nada,
Nas mãos de Deus
Esconde-se a noite
estrelar,
Nas mãos de Deus
Escondem-se as palavras;
Todas as palavras de
amar.
Corpo em silêncio
Que corpo é esse,
Que se perde no vento,
Que corpo é esse,
Esse corpo em silêncio,
Esse corpo de vento.
Que corpo é esse,
De onde o poema se
alimenta,
Quando esse corpo
mergulha no luar…
Que corpo é esse,
Esse corpo de mar,
Nesse corpo de beijar.
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
Em cada esquina de luz
procuro os teus olhos de mar, a cada segundo, de um minuto meu, é o teu cabelo
baloiçando na madrugada, expulsa a noite do paraíso,
E veste-se de palavra.
Trago às minhas mãos os
teus lábios de mel, e procuro neles
O silêncio nocturno da
paixão. Um barco acaba de acordar na alvorada,
Até que uma finíssima
lâmina de espuma
Galga a montanha. Os pássaros
Dormem nas planícies
crepusculares do teu corpo.
Em cada esquina de luz um
elaborado poema escreve-se na tua pele,
E é Outono nas tuas
lágrimas, e é Outono nos teus lábios de mel.