túbia
dos lábios em cromados beijos
a
fúria da tempestade alimentando o desejo
que
se perde num olhar
não
vejo o silêncio
não
sinto o mar,
túbia
do cansaço alicerçado à escuridão
um
simples gesto
um
simples poema
túbia
do deserto quando a noite morta
invade
a solidão dos musseques floridos
túbia
da morte em circunferências loucas
finge-se
a sorte
das
planícies do medo
arrebata-se
a sombra sobre os cadáveres do degredo
entre
rochedos
e
penedos
que
apenas a ondulação da insónia sabe abraçar,
túbia
meu do alimento proibido
que
travestido de Inverno viaja de cidade em cidade
túbia
sentido as pálpebras quebradas
do
triste sino
das
lamentáveis madrugadas.
Francisco
Luís Fontinha
sábado,
16 de Abril de 2016