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domingo, 15 de dezembro de 2013

pequenos nadas

foto de: A&M ART and Photos

a minha cidade despede-se do teu corpo em decomposição
um putrefacto sorriso acorda nos lábios da solidão
a minha cidade vive
como serpentes dentro de um aquário
a minha cidade é um corredor sem saída...
a minha cidade vive
e escreve nas paredes do medo
o silêncio prometido

a minha cidade és tu
nua despida em pedaços de leito das avenidas perdidas
a minha cidade dança
tem mãos de seda
e seios de indefinidos sons com abraços de musicalidade em palavras vãs
vãos de escada em sofrimento desejando o trono da fortuna
nua
tua mão singular no meu peito plural

o pronome avança contra o néon de sémen
e os telhados da minha cidade
ardem
como loiros cabelos suspensos nos arames do suicídio...
a minha cidade é uma puta com edifícios escumalha em lãs madrugadas
ovelhas
cabras...
e... e pequenos nadas.


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 15 de Dezembro de 2013