Não sabia a ninguém
não tinha palavras para gritar contra
o muro da tristeza
tinha na boca uma sonâmbula ausência
de esperança
não tinha cigarros
apetecia-me tanto fumar cigarros
e lá fora
sentia o burburinho das folhas molhadas
o cansaço das árvores que deixavam
sobre o passeio empedrado... pequenos braços
em abraços
a janela tremia como se o frio nocturno
de Trás-os-Montes acordasse nesta rua enlouquecida da cidade do
Porto
eu tremia e todos tremíamos...
e irritava-me o caudal constante da
corrida do metro em frente à janela do Inferno...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2013
(provavelmente este será o último
poema/texto de 2013... ou não)