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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A janela do Inferno


Não sabia a ninguém
não tinha palavras para gritar contra o muro da tristeza
tinha na boca uma sonâmbula ausência de esperança
não tinha cigarros
apetecia-me tanto fumar cigarros
e lá fora
sentia o burburinho das folhas molhadas
o cansaço das árvores que deixavam sobre o passeio empedrado... pequenos braços
em abraços
a janela tremia como se o frio nocturno de Trás-os-Montes acordasse nesta rua enlouquecida da cidade do Porto
eu tremia e todos tremíamos...
e irritava-me o caudal constante da corrida do metro em frente à janela do Inferno...


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2013

(provavelmente este será o último poema/texto de 2013... ou não)