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domingo, 18 de dezembro de 2022

Rio sem nome

 Deixa que as tuas mãos morram

E que o corpo se extinga nas páginas de um livro,

 

Deixa que a noite invente nas estrelas

O sorriso daqueles que partiram.

- O regresso das árvores quando tudo se extinguiu,

Deixa que as tuas mãos

Invadam este caixão de prata

Com duzentos e seis ossos de sono.

 

Deixa que as tuas mãos morram

Na lareira da noite

Enquanto o meu caixão

Dorme nos lábios deste rio sem nome.

 

 

 

 

Alijó, 18/12/2022

Francisco Luís Fontinha