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quinta-feira, 1 de maio de 2014

madrugadas de azoto


não queiras ser como eu
não o desejes sabendo que o desejar não existe
é um fantasma vestido de saudade
é uma estrela embrulhada em madrugadas de azoto
como os nossos braços
abraçados à árvore do desgosto

não tenhas medo do vazio
dos buracos negros que existem no teu corpo
não o queiras
desiste
viaja para o cimo da montanha
e acredita no Luar

não chores
não adormeças...
não queiras ser como eu
um baobá esquecido no cacimbo
um cigarro imaginário em pedaços de suor sobre a tua pele de cortinado amanhecer
não não queiras ser como eu... um desejo com sabor a envelhecer.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 1 de Maio de 2014