Este Outubro de
desengano
como um rio sem
cidade
os pássaros felizes
os pássaros... os
pássaros sem vaidade
poisados nos teus
ombros silenciados
este Outubro
desgraçado
que vive nos meus
cabelos
voando
voando...
voando sob o tecto
da saudade
este Outubro sem
palavras ou versos
este Outubro
suspenso na cárcere invisível
que não sabe
e ignora
o outro Outubro
cinzento
aquele que mora
no bairro banhado de
lata
este Outubro que se
entranha em mim
como um tentáculo
de espuma...
este Outubro... foi
assim...
comi flores de papel
pintei lágrimas no
teu olhar
este Outubro que
chora
e nunca viu o mar.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 30 de
Outubro de 2014