sábado, julho 05, 2025

Que a voz me escuta

 

que a voz me escuta, na dita

e maldita,

cicuta

que oiço das sílabas do teu cabelo, o vento

que traz também o selo, a carta que foi escrita, e que nunca saiu da gaveta

de uma secretária, fria e escura e sempre aflita

na voz que me escuta, que à tua voz roubo a labuta

de uma puta, da puta da minha vida

que a voz me escuta, na dita

e maldita,

gruta.

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