do outro lado, da lua dos
teus olhos
no outro menino, sem o
destino
de ser o mar, dos teus
olhos
na seara loira de uma
alvorada, sem remetente, sem sequer uma simples morada, ou uma janela, mesmo
que esteja encerrada
do moinho, sentia o fio
loiro de sangue da tua nudez, da nossa palavra, despida e nua
na lua, do outro lado
da lua dos teus olhos,
uma esquina de luz em busca de uma rua
e a tua voz é a enxada,
que se crava, que se rasga
na pele do meu corpo
ou no rio, dos teus seios
do outro lado, da lua dos
teus olhos
a mulher que devasta a
sombra, que despe o dia em pedacinhos de pão, para que a flor mais bela da
primavera, também ela um dia
do outro lado, da lua dos
teus olhos
seja ela a lua dos nossos
olhos.
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