sábado, julho 05, 2025

do outro lado, da lua dos teus olhos

 

do outro lado, da lua dos teus olhos

no outro menino, sem o destino

de ser o mar, dos teus olhos

na seara loira de uma alvorada, sem remetente, sem sequer uma simples morada, ou uma janela, mesmo que esteja encerrada

 

do moinho, sentia o fio loiro de sangue da tua nudez, da nossa palavra, despida e nua

na lua, do outro lado

da lua dos teus olhos, uma esquina de luz em busca de uma rua

e a tua voz é a enxada, que se crava, que se rasga

na pele do meu corpo

ou no rio, dos teus seios

 

do outro lado, da lua dos teus olhos

a mulher que devasta a sombra, que despe o dia em pedacinhos de pão, para que a flor mais bela da primavera, também ela um dia

do outro lado, da lua dos teus olhos

seja ela a lua dos nossos olhos.

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