terça-feira, 26 de novembro de 2024

O lápis meus dedos

 

O lápis meus dedos semeando na tua pele flores e palavras em flor, e andorinhas

jardim do teu cabelo, um baloiço em pausa, uma noite penitente, tão longe como a fome,

tão perto, o milagre.

 

E foge procurando na floresta os duendes da encarnação do beijo, e se uma árvore está cadente na pauta de uma sombra, acontece

quando o desejo é e só; o beijo.

 

E desenho no teu corpo abstractos silêncios, absorvo de ti,

cada gota do teu suor, cada migalha e cada pedacinho da tua insónia, e o lápis meus dedos

semeando sonhos e lançando ao vento

palavras,

até que o teu corpo seja uma esponja e me esconda da madrugada. Todas as cores em ti

e todos os nomes: a arte.

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