segunda-feira, novembro 25, 2024

Na lágrima de uma janela o meu rosto

Na lágrima de uma janela o meu rosto que se esconde de ti

o medo de amar-te e de

e de que as tuas mãos nunca me toquem porque me tocariam as tuas mãos

se apenas sou

um tipo horrível

que semeia palavras num blogue


Não sou rico

quase nada tenho tendo quase tudo

e eu escondido no silêncio desta lágrima

e da janela a luz dos teus olhos

a flor e a pedra de um rio

a porta escancarada com forte probabilidade de

de adormecer nos lábios do vento

- estou toda besuntada senhor João

e a luz que recebo é uma espada

que retalha cada pedra

e cada palavra

do meu corpo


A quem interessará que o meu rosto se esconda

na lágrima de uma janela

talvez só interesse a deus

em triliões de estrelas

talvez existe vida

apenas uma goste de mim

apenas meia-estrela

me olhe

e apunhale a cada nova manhã fazendo troça de mim…


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