segunda-feira, novembro 25, 2024

E se dói, meu amor

Em deus a tua mão besuntada em deus a espiral mãe não sombra desta casa,

Em deus gotinhas que a lua sémen deixou sobre a paixão,

O corpo que toca o céu, que comece

A primeira lágrima da madrasta, em deus

O cabelo distribuído uniformemente como uma força invisível, dói

Arrancar as flores da tua mão outro dia outra coisa para a tua lentidão em desenhares um abraço, no meu sorriso

E se dói, meu amor

Ver a lareira a desaparecer por entre a noite e o teu rosto pousado no sono, ou no sonho


No mar envenenado a terra toda molhada não sendo o sombreado deste pobre menino, não têm as nuvens

Pálpebras de luz, migalhas de sono mas

Talvez

Lentamente voando sobre um relógio, a razão

O amor sincero de uma estrela, mas

E depois? E quando morrerá a solidão de Novembro?

Em deus gotinhas que não têm nada haver em ti também ausente, destes arautos comestíveis que apenas o poema consegue fumar, dentro de ti

O centro da vida, uma nova palavra, outra pessoa que seduz a paixão com os teus olhos, estou aqui

Meu amor,

Aqui se deus quiser, quando o quiser...

Um só nome no teu cabelo.


De deus gotinhas que não têm o fogo como alicerce desta cidade perdida, não

Não sombra também os teus olhos

E se a tivessem o que diria o senhor João de toda esta tragédia; amar uma pedra.


Uma janela amada

E eu serei também amado? De deus gotinhas de sémen que irrompem casa adentro, o rio recusando

A carica da tua não sombra também sempre ausente de mim,

Também

Ausente destes dias não sombra, também

Dizer-te que poderá o poema

Envenenar o sorriso de uma pedra, a crescer

Sobre a terra toda uma lâmpada destinada a desmaiar depois de o teu corpo nu

Escrever no meu coração nu; amo-te.


Em deus, o teu corpo luz nua e talvez seja um desenho desejar-te

Quando te escrevo e adormeço quase canção ou quase morte

Depois deus sabendo das minhas fraquezas, atormenta-me e

Em deus gotinhas que não têm corpo nem nenhuma espuma para a eternidade. Saberá deus que o teu corpo é uma pedra na saliva do desconhecido? Em deus gotinhas que

Talvez uma sandália no pé da tarde quase a desaparecer no capim tua púbis amanhecer de uma lágrima, a terra

Sobre o mar envenenado, não

Não talvez

Dizer-te que poderá o poema ser lua, na pedra

Em deus gotinhas de sono, mas e depois? Ausência, triste

O dia outra pessoa, outra coisa uma coisa que não sombra...

Em deus o teu seio transpira pequenas gotinhas que não têm corpo, mas

Mas que pertencem ao teu silêncio.


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