As safiras em moedas de
olhares
como os crisântemos em
rubi que vivem nas árvores da saudade
inventaste-me como
inventaste o vento numa tarde de cacimbo
com nuvens de porcelana
e azeitonas em conserva,
Eras conhecida como a
raiz de pólen
de abelha em abelha
às flores dispersas pelos
pedaços de pólvora seca
que incendiavam as
lanternas invisíveis
dos pinheiros abandonados
pelas aranhas de vidro,
Percebiam-se-lhes as
dissolvidas manhãs de inferno
dentro de um cubo de
chapa
zinco
como as pedras polidas
pelas mãos da neblina
e desciam o rio as
escadas de acesso à lua,
Comiam-se os homens e as
mulheres
porque a fome de amar era
tanta que o vento se transformava
em jangada
ou madrugada
húmida como os corpos de
papel que voavam em volta do silêncio,
E tirando as safiras em
moedas de olhares
nada
ninguém
como a vida de um
esqueleto apaixonado
pelos ossos da vizinha
amiga que vive no sótão das histórias sem palavras...
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