Habitas nos fantasmas
candeeiros de porcelana
e não saberás nunca
o nome verdadeiro do
ciúme nocturno
habitas e desfazes-te em
sorrisos de areia
habitas nos corpos
poisados sobre os cais de madeira,
Habitas dentro do prazer
como as abelhas mergulham
no pólen da madrugada
habitas na saudade
e nas ervas miúdas que
brincam nos quintais de papel
à beira-mar,
Um livro eterno submerso
nas lágrimas do céu da boca
e tu habitas no
transformismo das palavras mortas
pelas línguas de prata
como uma pirâmide
escondida no deserto
com os braços alicerçados
aos lábios do desejo,
Habitas no meu corpo
desarrumado
e cansado
habitas nos textos que
escrevo
e nos poemas com as
palavras prisioneiras na húmida térrea,
Habitas fingindo que
sonhas no meu peito
corres e corres e corres
pelo corredor do silêncio
como se fosses uma
criança sem nome
ou uma flor sem cor
ou... uma mulher de
sombras que habita nos túneis da solidão...
Sem comentários:
Enviar um comentário