terça-feira, outubro 08, 2024

coisas sem nome

 

as coisas sem nome

que absorvem o meu cansaço

as coisas longínquas entre pedaços de esperma

e insignificantes abraços

 

as coisas sem nome

que vivem tristemente no silêncio da neblina

à coisa pouca que o meu olhar ilumina...

as coisas que tu escondes

os nomes que inventas nas páginas de um livro

as letras doentes

às letras dormentes

sofredoras no peito da paixão

as coisas mortas e mornas

quando a lareira dos teus lábios

desce às profundezas da demência...

e um corpo amorfo flutua no tecto da noite embriagada

 

as coisas sem nome

as coisas disfarçadas de fome

que vivem e sobrevivem às tempestades dos abraços

em laços

sem nome

as coisas

as coisas imperfeitas dos muros da cidade dos queijos...

as coisas das coisas em planícies agrestes

 

os beijos

das coisas

em coisas...

caminhos pedestres

bocas magoadas

inchadas

dos fumos cinzentos das plantas sem nome

as coisas das coisas em coisas às coisas com fome

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