Nunca sei se as tardes
são frígidas
pacientemente esperando
as noites compridas
nunca sei
se as horas esquecidas
dormem ou não dormem
tal como eu
um pequeno cedro que
tomba sobre a calçada
dormem ou não dormem
as pequenas palavras de
ti
ditas pela boca em
delírios desejos
e tal como eu
Nunca sei
se os relógios que me
anunciam as horas esquecidas
têm ou não têm
mecanismos de ti
tal como eu
um pequeno cedro que
tomba sobre a calçada
Tal como eu
nunca sei
se nos teus olhos vivem
estrelas
ou dormem nuvens de
chocolate
nunca sei
e tal como eu
um pequeno cedro que
tomba sobre a calçada
sem perceber se as tardes
são frígidas pacientemente esperando a melancolia em três actos
E o verdadeiro poema
escreve-se com imagens
desenha-se com sons
e nunca sei
tal como eu
as pequenas palavras de
ti
ditas pela boca em
delírios desejos.
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