domingo, 13 de outubro de 2024

As imagens do poema

 

Nunca sei se as tardes são frígidas

pacientemente esperando

as noites compridas

nunca sei

se as horas esquecidas

dormem ou não dormem

tal como eu

um pequeno cedro que tomba sobre a calçada

dormem ou não dormem

as pequenas palavras de ti

ditas pela boca em delírios desejos

e tal como eu

 

Nunca sei

se os relógios que me anunciam as horas esquecidas

têm ou não têm

mecanismos de ti

tal como eu

um pequeno cedro que tomba sobre a calçada

 

Tal como eu

nunca sei

se nos teus olhos vivem estrelas

ou dormem nuvens de chocolate

nunca sei

e tal como eu

um pequeno cedro que tomba sobre a calçada

sem perceber se as tardes são frígidas pacientemente esperando a melancolia em três actos

 

E o verdadeiro poema escreve-se com imagens

desenha-se com sons

e nunca sei

tal como eu

as pequenas palavras de ti

ditas pela boca em delírios desejos.

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