quinta-feira, 10 de outubro de 2024

A paixão das árvores e silêncios parvos

 

Saborearei as luzes desejos que no teu corpo vivem

as estrelas de pétalas e sorrisos amargos

que eu transformo em silêncios parvos

saborearei os enjoou-os das palavras sem nome

sobes as escadas cansadas

em fome

a maldita alvorada

quando pela calada

te vêm buscar e desapareces entre as aspas do paragrafo sonolento

do texto escrito na porta de entrada da casa

da tua misera casa de ossos de pano

e janelas de papelão,

 

Desenhas flores nos muros que circundam as sandálias de couro

do miúdo da aldeia empenhado no banco de jardim

alguns euros para o transporte desassossegado dos carris paralelamente

com abraços no infinito

dois homens com chapéu de palha e uma mão de cigarros embainhados nas madrastas hortas

das planícies orvalhadas das meninas de cabelo loiro

e olhos azuis fingindo alegrias e sílabas de seda

oiço-te das luzes desejos

saborearei nas tuas coxas os poemas construídos nos sonhos

quando o mar te entra em casa

e o teu ventre cinzento

se alicerça nos espinhos da morte...

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