sábado, 21 de setembro de 2024

O finíssimo fio de madeira

 

Que faço a este coração de chapa

pregado a

à procura do vento

que faço

a este coração sem dono

sem nome

sem palavras

à procura do vento

e das nuvens de brincar

no céu com estrelas de papel

e noites de desencantar

que faço

 

a este cata-vento

alicerçado ao chão sem alimento

este meu pobre coração

de chapa

com medo do mar...

 

(Que faço a este coração de chapa

pregado a um finíssimo fio de madeira

à procura do vento

que faço)

 

que faço aqui sentado

na pedra invisível do destino

à espera de um rio sem nome

sem coração

sem dono

a minha vida pregada a um fio finíssimo fio de madeira

antes que o pôr-do-sol coma o vento

 

e o meu coração

 

e o meu coração de chapa

comece a amar

e o meu coração de chapa

comece a sonhar...

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