Não encontro esses olhos
mergulhados em pedacinhos
de som da cidade dos rios
não encontro os cabelos
do vento suspenso num livro de poemas
entre mãos e tristezas
tardes onde ancora o silêncio provocado
pelos teus beijos de
cianeto,
Não encontro transeuntes
na tua cidade
com mãos para me acenarem
com pernas
se possível
para me pontapearem
quando me transformo em canino rafeiro...
Não encontro as charruas
que escrevem nos montes bravios
sílabas vestidas com água
fresca
e enxadas que provocam na
solidão
feridas e dor e sonhos em
frente às montras de uma livraria
sem saberes que te sentas
nas planícies dos cisnes,
Não encontro a fogueira
dos teus lábios
sobre a lareira da tua
boca
fechada
ausentada de mim
como as horas de Sábado
depois de partir a noite,
Depois
depois de ficares
aprisionada a um banco com ripas de madeira
a inventares nos
calendários das cidades
nomes de ruas e ruas com
edifícios que têm nas pálpebras pequenas migalhas de cimento
como o cianeto dos teus
beijos antes de me abraçares...
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