o arco e a flecha
no meu coração
acorrentado às rochas da
morte
ciclicamente
apareces
desapareces
a noite
o dia
o arco e a flecha
num vão de escada
entre corpos mergulhados
em sémen
e rosas poema
escrevo-te
ciclicamente
as palavras de sofrer
desapareces
apareces dentro do
espelho de névoa maculada
escrevo-te
palavras
e rosas poema
(O arco e a flecha
no meu coração
acorrentado às rochas da
morte)
o dia
a noite
em ti todos os desejos
as fotografias
o arco e a flecha
no meu coração
acorrentado às rochas da
morte
antes de adormecer
o eléctrico engasgado
sobre o Tejo do engate
do candeeiro sobejaram
rosas poema
e ossos de papel celofane
e antes de me atingires
com a flecha envenenada de insónia...
corro corro corro
apressadamente à procura
dos cacilheiros
tropeço nas acácias
pintadas na parede da cozinha
e pela janela
entram as gaivotas do fim
de tarde.
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