já me humilharam algumas
já me apedrejaram
outras tantas
em tantas coisas
em poucas guerras
já me chamaram de pobre
de miserável
algumas
já me disseram que eu era
um inútil
tantas e poucas;
mulheres.
já me espetaram no peito
a espada da sede
já fui artista de circo
já estive loucamente
apaixonado
por uma artista de circo;
trapezista. e eu
imaginava o seu corpo contorcido no meu olhar,
e eu,
tocava-lhe com a mão,
e ela,
tocava-me
com o olhar.
já fui laranja
e fui cortado em rodelas
e colocado dentro de um
copo com vodka, já estive apaixonado
ai se estive, ai se
estive!
já fui um poema, hoje sou
a puta de uma viga alveolar…
também já fui esperma.
já fui flor nos teus
olhos
fui madrugada
na tua mão
já fui livro
fui canção
no bar da pousada.
já fui tudo
talvez hoje
não seja nada…
já fui magala
conversei com tantas
espingardas
desaparafusadas
já fui barco em voltas no
tejo
já fui pintor no sótão de
uma casa,
e hoje sou o quê, pá?
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