Sabia que eras de xisto
e mesmo assim
não hesitei em amar-te
sabia que o teu corpo era
constituído por lâminas e pequenas fatias
e as minhas mãos
saboreavam-no quando acordava a noite,
Eu, eu sabia, que tu
pertencias às pequenas migalhas
que dormem nos socalcos
olhando o rio Douro,
e, e mesmo assim,
não hesitei,
não hesitei em amar-te...
Não hesitei em permanecer
sonâmbulo
caminhando montanha
abaixo até cair sobre o sofrimento deleite das gaivotas sem sorriso
não, não hesitei, não
tive medo do amor teu, sabendo-te fatiada como cortinados livremente
dentro do vento,
docemente como finos
cabelos de videira olhando o final do dia...
E mesmo assim, não, não
hesitei em amar-te.
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