as pequenas tábuas
sobre os teus olhos de
amêndoa
prisão perpétua para o
teu olhar
e para os teus lábios
(condeno os lábios da lua
à morte por enforcamento)
coitada da lua
coitada dela sem lábios
a morte desajeitada
à procura dos olhos da
lua
luar
mar
onde está o mar?
Horizonte sem árvores
amanhecer sem mamas de
magnólia
e hoje
hoje não amanheceu
e hoje ainda noite
sinto o silêncio da
iluminação pública
sobre os lençóis da
aldeia
ouves-me?
O mar
onde está o mar?
E hoje
precisamente hoje...
hoje não amanheceu em
todas as calçadas
da aldeia
e perdi para sempre o mar
para sempre
não eternamente
para sempre as asas do
mar
e as mamas de magnólia
nos cortinados da aldeia.
Sem comentários:
Enviar um comentário