domingo, 29 de setembro de 2024

a luminosidade eira dos sonhos

 

uníamos-mos como silêncios rochedos que o mar absorvia

e de uma pequena palavra escrita tua mão docemente desabitada

tínhamos uma janela quando a abríamo-la e poisávamo-nos como ramos de oliveira

numa orgia manhã magoada no fundo de um poço

um efémero buraco com triângulos lábios

e de uma pequena... conversa de criança

a palavra descrita quando o corpo se evapora e acompanha a manhã

hoje é segunda-feira e tudo desaparece conforme a luminosidade eira dos sonhos...

 

uníamo-nos como silêncios,

 

em prata folhas alimentadas por sombras de alecrim

abríamo-la com os pequenos sorrisos dos aleijados desenhos

que eu sem jeito nem perfeito

deixei cair nas escadas do ausentado mestre da solidão canina

parecíamos uns velhos alicates enferrujados

esquecidos à porta de uma velha tasca

na cidade grande com ruas estreitas e muitas janelas de tecido...

e sabíamos que era noite pelos uivos apitos dos marinheiros de palha.

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