(para ti, meu amor)
dormes, e levemente, sorris. desenhas
círculos de luz
na escuridão,
eu contemplo o teu corpo nu, possuído
por uma nuvem de espuma, que me faz lembrar,
o mar. um pequeno barco, saltita junto
ao teu seio, poisa tão devagarinho, que mais parece
a asa de uma gaivota,
sobre a areia fina do mussulo.
dormes, olho-te e desejo-te.
fico quietinho, quase que deixei de
existir, para não te acordar, e mesmo assim,
apetecia-me acordar-te
e beijar-te.
lá fora, a manhã espera-me e confesso
não me apetece sair deste quarto,
escuro,
onde apenas os teus olhos
iluminam,
os meus olhos.
dormes, e levemente, sorris. desenhas
círculos de luz
na escuridão,
e eu só queria ficar aqui…!
sentado na beira da cama,
a olhar-te,
a desejar-te…
e a escrever-te.
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