sábado, 31 de agosto de 2024

 

cada vez te odeio mais, ranhosa manhã que alimenta os volantes tímidos dos motores em papelão, que pincelados de alegria,

se transformam em chuva

 

cada vez te odeio mais, ranhosa

água que se esconde dentro de um vidro, vidro esse, que no passado

era o meu rosto

vestido de noite

 

cada vez mais te odeio, ranhosinha

 

 

(primeira parvoíce do dia: odiar)

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