terça-feira, 30 de julho de 2024

aqui. primeira pessoa a acordar. aqui, quase dia ou quase noite,

daqui me despeço, ausente,

milhões de bocas, gritam

e não sabem o preço do medo.

 

um dia serei pó. milagre. acorda a lua envergonhada, deita-se a insónia sobre o pão, triste, este silêncio de avestruz, gaivota sobre o mastro doente, a promessa

daqui,

morro.

 

ergo-me da areia fina do mussulo, carrego sobre os ombros, um barco, mas

não sabemos quantas palavras tem

uma jangada de vidro.

sinto-te porquê depois do jantar, mistura-se com as plantas e com as abelhas,

foges-me.

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