quinta-feira, 11 de abril de 2024

Hoje não é sexta-feira

A cena passa-se numa esplanada.

uma mesa, quatro cadeiras,

apenas uma cadeira está desocupada,

estão sentados à mesa, um poeta, o migo do poeta e um livro de poesia

o poeta sorri e diz; está um lindo dia.

O amigo do poeta, diz; tenho mais dias infelizes, do que felizes, no final de cada mês,

e quanto ao livro de poesia,

folheava-se nos dedos da sombra.

 

A cena passa-se numa esplanada.

Um pedaço de sombra, dispara uma espingarda,

o livro de poesia, tomba no pavimentado chão.

O poeta, deita a mão ao peito, e exclama baixinho: já não tenho coração.

O amigo do poeta, ao ver toda aquela cena, levantou-se, puxou de um cigarro…

E deitou-se no chão como se fosse uma pedra, à procura de uma mão.

 

Então, depois do pôr-do-sol, os três homens levantaram-se, poisaram as mãos na algibeira,

alguém gritou;

fujam, fujam que hoje não é sexta-feira.

 

(Francisco)

11/04/2024

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