terça-feira, 16 de abril de 2024

Carne-unha

Um pedaço de carne-unha ergue-se do papel,

Leva com ele todos os traços que restavam

Ao poeta do som, ao poeta da luz e da imagem.

 

Ergue-se com ele, do anelar silêncio que apenas uma mão consegue disfarçar, depois do almoço.

A carne-unha puxa pelo cortinado da tarde, abre a janela do pôr-do-sol…

E salta sobre o mar.

 

São traços, são riscos, misturados na ondulação artística da maré, se ao menos um barco pudesse se confessar no final do dia,

Mas nem isso, porque o pedaço de carne-unha nunca mais voltará ao desenho, nunca mais tocará na folha de papel…

 

Que ainda hoje desconhecem a quem pertencerá…, o desenho, a folha de papel e a carne-unha.

 

(Francisco – 16/04/2024)

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