Um pedaço de carne-unha ergue-se do papel,
Leva com ele todos os traços que
restavam
Ao poeta do som, ao poeta da luz e da
imagem.
Ergue-se com ele, do anelar silêncio que
apenas uma mão consegue disfarçar, depois do almoço.
A carne-unha puxa pelo cortinado da
tarde, abre a janela do pôr-do-sol…
E salta sobre o mar.
São traços, são riscos, misturados na
ondulação artística da maré, se ao menos um barco pudesse se confessar no final
do dia,
Mas nem isso, porque o pedaço de
carne-unha nunca mais voltará ao desenho, nunca mais tocará na folha de papel…
Que ainda hoje desconhecem a quem pertencerá…,
o desenho, a folha de papel e a carne-unha.
(Francisco – 16/04/2024)
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