Querida Cris
dir-te-ei que continuo o
mesmo miserável
mas isso
já não é novidade
é destino.
Dir-te-ei que tenho
preguiça em escrever-te
e às vezes
passam meses
passam dias
talvez sinta vergonha de te escrever
como o Tejo
quando olhava os teus
olhos
e via
um cacilheiro agarrado ao
meu peito
ter-te-ei
dizer-te
que a vida é um destino.
Tantas vezes que tive
cacilheiros agarrados ao meu peito
e tão feliz
tão feliz a cidade
apedrejando a minha noite
quando eu partia em
direcção ao nada
que hoje seria tudo.
Querida Cris
dir-te-ei que um destes
dias
apareceu uma memória no meu
OneDrive
sei que o tenho
só não sabia que a tua
fotografia se escondia lá
como tanta coisa que eu
não sei…
Tantas coisas que desconheço
a meu respeito
tanta coisa se esconde no
negro do meu dia
e na plenitude da minha
noite
e quando não tenho noite
peço emprestado
e vou dormindo.
Depois
depois lembrei-me do
livro que me ofereceste no CCB
The Sea…
na altura não entendi
porquê o mar…
hoje
ele
é a resposta;
The Sea
ou a despedida!
Francisco
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