Cheguei a casa extremamente cansada
com
o corpo embrulhado em plasticina
e
pedacinhos de papel vegetal
meia
hora
perco
o sentido do mar
e
procuro os teus braços
nas
folhas dactilografadas
sobre
a secretária obesa em madeira
(meia
dúzia de horas)
e
nascerá uma nova madrugada
com
a tua ausência inscrita no silêncio do céu
preciso
das tuas mãos
para
fazerem do meu corpo a escultura da noite
bela
em
flor
meia
dúzia de horas
e
começo a voar
até
beijar a lua
perco-me
nas portas encerradas
com
acesso ao rio
e
meia hora depois
estou
a olhar o mar
e
não encontro as tuas mãos
que
vão esculpir o meu corpo de areia
sinto
o papel vegetal
e
a plasticina
que
se diluem no meu cansaço.
(Francisco)
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