domingo, 24 de março de 2024

A solidão que dói



A solidão que dói

nas mãos do xisto com dor

a montanha em lágrimas

sem sorrisos

nem flor

o corpo sem amor

a ribeira sem água

a solidão que dói

dói até ficar noite

e todas as coisas belas

belas morrerem

no silêncio da calçada

 

a solidão que dói

ai tanto que dói

o fingimento também dói

dói ao rio sem veleiros

 

a solidão que dói

nas mãos do xisto com dor

 

do céu sem estrelas

nem flor

o corpo sem amor

 

a solidão que dói

dói e não tem dor.

 

(Francisco)

Sem comentários:

Enviar um comentário