Um cavalo branco no teu
peito
meu amor
só as flores sabem
abraçar a tristeza
dos meus lábios
quando nos dizem que não
vai haver Primavera
porque o sangue que corre
nas condutas das árvores
é silêncio pigmentado
no azul teus olhos que
dão ao teu cabelo uma pedra de espuma
em transe na manhã
O teu peito floresce
meu amor
crescem as palavras dos
dias em que me perco à procura da noite
nas tuas coxas
e quando a encontro
faço amor com ela
dispo-a silenciosamente
enquanto a noite mergulha
no teu sorriso
me olhas…
e acordam as sandálias do
amanhecer na tua mão
Abro a janela do poema
dos teus olhos
imagino-a mergulhada na
despedida de dois dedos entrelaçados
nos fios silêncio do teu
cabelo
e percebo que o cavalo
branco
e percebo que o teu peito
são estrelas que dançam
entre a espada cravada no meu peito
e a tua voz
quando a minha mão
encontra a tua mão
e a minha mão
apetece-lhe tocar.
(orgasmo literário)
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