sábado, 9 de março de 2024

A tua mão

 

Um cavalo branco no teu peito

meu amor

só as flores sabem abraçar a tristeza

dos meus lábios

quando nos dizem que não vai haver Primavera

porque o sangue que corre nas condutas das árvores

é silêncio pigmentado

no azul teus olhos que dão ao teu cabelo uma pedra de espuma

em transe na manhã

 

O teu peito floresce

meu amor

crescem as palavras dos dias em que me perco à procura da noite

nas tuas coxas

e quando a encontro

faço amor com ela

dispo-a silenciosamente

enquanto a noite mergulha no teu sorriso

me olhas…

e acordam as sandálias do amanhecer na tua mão

 

Abro a janela do poema dos teus olhos

imagino-a mergulhada na despedida de dois dedos entrelaçados

nos fios silêncio do teu cabelo

e percebo que o cavalo branco

e percebo que o teu peito

 

são estrelas que dançam entre a espada cravada no meu peito

e a tua voz

quando a minha mão encontra a tua mão

e a minha mão

apetece-lhe tocar.

 

(orgasmo literário)

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