Deste mar salgado de
algas encaixotadas
Catalogadas pelo homem
dos stocks, deste mar sabidão das tardes prometidas por um beijo de oferendas,
Ofereço-te o mar se me
deres um beijo sibilado
Que apenas os lábios do
vulcão conseguem beijar dessa forma estranha de anoitecer,
Em ti.
Deste mar sapateado e
viril
Onde peixes de cartão e
flores de vidro habitam
E corações de metano ao
pequeno-almoço;
Um sopro de juízo num
pequeno prato de marmorite,
A lápide do almoço
No almoço menino.
Neste mar incendiado
pelas estrelas dos teus olhos
Neste mar vadio quando a
sombra é uma pequena partícula microscópica
Na penumbra da vaidade,
Este mar jaz
incandescente como o teu corpo quando acorda o pôr-do-sol,
Minha terra e meu
distante saber,
Quando nada sei,
E apenas recebo as luzes
do horizonte veneno.
Minha terra desventrada
Humilhada pela noite despedida
Meu mar, este mar de
cansaço camuflado pelo destino…
Assim emerge a cânfora
manhã dos teus sonhos
Quando o sonho é o teu
cabelo perdido numa montanha,
E este destino de ser,
Atormenta-me.
Deste mar em pés de
barro, barco sideral que vagueia junto ao tejo
Neste mar de magalas e
prostitutas em prol da cegueira alheia,
Se estou louco, louco
acordarei amanhã,
Isto é, se não morrer
durante a noite…
Neste mar ressabiado e inútil
que se esconde na minha algibeira de Inverno,
Este mar meu que a terra
me traz e me leva quando os automóveis se engasgam na auto-estrada da vida,
Que vivem neste mar,
Que é um barco sem remos
e com magnólias ao pescoço…
E como sempre,
A lareira é um infortúnio
de ausência,
Quando o mendigo se ajoelha
perante a minha estátua.
27/02/2024
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