(seja o que deus quiser,
mas tem de ser)
Rã
Sapo
Sapato
Avelã
Marreco
Pincelado
Mabeco ensanguentado
Chã
Aeroporto internacional
Vi
Ali
Qualquer coisa vã
Coisa triste
Quando mijava de encontro
ao silêncio
Gemia
Masturbava-se e via no
espelho
A sagrada família
Tinham fome
Os três
E não vou votar CDU
E ela sentia
Qualquer coisa estranha
na vagina
Leva no cu
Ó pastor
Mete na algibeira
As cabras
E as ovelhas
Assobia para o ar
E vai-te embora
Enforca-te na alvorada
Rã
Sapo
Gato sapato
Cão
Ela gemia
E rezava
Enquanto fodia
Depois sabia
Que mais tarde ou mais
cedo
Na janela aparecia
A dita sagrada família
Somos tão felizes
Neste charco
Vi
Ali
Qualquer coisa de ti
Qualquer coisa de mim
Com palavras
Sem palavras
Nu
Despido
Estou tão magro
Mãe
Pareço um fio de nylon
Amo
Muito
Cansaço do sono
Visto-me de insónia
E sento-me na tua cama
E a tua mão
Não engana
Porque a tua mão
É uma pedra simples
Orvalhada por dentro
E pintada de paixão
Por fora
Aqui já não mora
Foi levado por um cigarro
Foi comido por uma gaja
Que era um gajo
Que depois fartou-se de
ser gaja
E voltou a ser gajo
E se eu fosse gaja
Fodia a toda a hora
O dia.
Depois era o charco
Era o vinho
Era Jesus Cristo
Era o sono
Era o sangue que corre
nas tuas veias
Era a heroína dos teus
olhos
Este poço de Inverno
Este esperma de inferno
Três dias depois
Morreu junto à lareira.
Charco
Rã
Sapo
Gato
Cão sapato
Bicicleta eléctrica
Charco
Marreco
Mabeco
Vi
Aqui
Ali
Um tio a esconder-se da
sobrinha.
(o poeta não tem por
objectivo ofender seja quem for; estes versos são apenas versos, nada mais do
que isso)
10/02/2024
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