Amor
Esta vida de miserável parece um destino
Uma criança que foi menino
E hoje é qualquer coisa estranha
Qualquer coisa invisível
Que o poeta nunca saberá o que é
No entanto
Amor
Acredito no pai natal
Acredito em Deus todo-poderoso
Criador das coisas boas e das coisas más
(colocando de parte o meu pouquinho
humor que ainda me resta)
(escrevendo qualquer coisa séria)
As tuas mãos são o estranho acordar dos
livros que nunca dormem
Também eu durmo pouco
Penso muito
Penso
Penso
E percebo que a cada pedacinho de
sofrimento que se abate sobre mim…
Eu estou mais forte
Eu estou mais feliz
Eu estou mais perto
As tuas mãos são o estranho acariciar da
voz
As tuas mãos são esta Primavera
envergonhada
Que sendo ainda Inverno
Aos poucos
Acorda
E sorri
Como tu também sorris
As tuas mãos são a madrugada
E este desespero é constante
Mas nunca vou fazer
O que fez o Mário de Sá-Carneiro
Nunca o farei
Nunca
Prometo
As tuas mãos
Meu amor
São este jardim de poesia
Que habita dentro de mim
26/02/2024
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