Brevemente é noite
O meu corpo fica frio
A minha voz
Fica silenciada
À janela
E da minha janela
Nada
Nada tenho para ver
Brevemente é noite
Brevemente é sombra
O corpo tomba
Na luz apagada
No chão invisível
É quase noite
Em mim
No meu corpo
Nas minhas mãos
Nos meus olhos
É quase
Tão quase como o meu jardim morrer de
ataque cardíaco
Como das minhas mãos nascer o poema mais
parvo
De todos os poemas parvos que escrevi
(todos os meus poemas são parvos)
A noite não
A noite não é parva
A noite nunca é parva
A noite é uma prostituta
Em busca de dinheiro
Deixando o prazer no cacifo do desejo
E eu aqui
Quando brevemente é noite
Quando o meu corpo fica frio
Quando a minha voz fica silenciada
Quando os cigarros me acordam
Quando é brevemente
Noite escura
Noite
10/01/2024
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