domingo, 17 de dezembro de 2023

Suicídio

 

Suicido-me a cada poema que escrevo,

Morro, a cada manhã que acordo,

Sinto-me um pêndulo desgovernado,

Muito triste,

Muito cansado,

Suicido-me a cada sonho de ti,

A cada olhar,

A cada noite perdida.

 

Suicido-me em frente a esta lareira,

Suicido-me a cada desenho que faço,

A cada tarde junto à ribeira,

Suicido-me no teu abraço,

Nas tuas mãos.

 

Suicido-me nos teus cabelos,

E percebo que as estrelas são de papel,

Que as estrelas pertencem aos teus olhos

E aos teus lábios de mel.

 

Suicido-me nas palavras,

Suicido-me neste poema,

Nesta cama,

Com janela para o mar…

Suicido-me no teu luar.

 

Suicido-me a cada poema que escrevo,

Morro, a cada manhã que acordo,

Sinto-me um pêndulo desgovernado,

Muito triste,

Muito cansado,

 

Suicido-me neste corpo embriagado.

 

 

17/12/2023

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