Invento borboletas, nos
teus olhos, invento beijos, nos teus lábios,
Invento o medo, na minha
mão
Ou no meu peito,
Invento o sono e a tua
noite,
Também invento,
Invento dentro deste
livro
Palavras que digo
Desenhos que não faço
Luz…
Que não tenho
E preciso de inventar
E preciso de correr…
Para o mar.
Invento a manhã sabendo
que nunca vou ter a manhã.
Invento as nuvens,
O silêncio,
A triste alvorada…
A feliz madrugada
De estar só,
Apenas só,
Dentro deste circulo de
insónia,
Profundamente belo,
Profundamente débil.
Invento o espelho onde
escondo o meu sorriso.
Invento a sinfonia que
adormece ao final da tarde, junto à tua mão,
Que também invento,
E lamento,
Não poisar no meu
coração.
Invento no meu olhar uma
fina lâmina de mar,
Invento no teu olhar…
Um pedacinho de chuva,
Um pedacinho de nada,
Invento em mim, a noite
desperdiçada,
Tristonha,
E cansada.
Invento neste cubículo a
lama da sanzala,
Misera e só,
Só e ela
Que inventa,
Que se perde,
Quando inventa,
Quando bebe
Furiosamente,
Só.
16/12/2023
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