A tua pele é feita de
lâminas de luz,
A tua pele é poesia, é
canção-melodia, a tua pele é a sílaba perdida da canção-melodia.
A tua pele é a paisagem longínqua
das noites de Luanda, é o cheiro a terra queimada e
Não reclamada,
A tua pele é o caderno
secreto do poeta,
Do poeta que escreve na
tua pele,
Que é feita de lâminas de
luz.
A tua pele aquece-me como
me aquece esta lareira, que nunca tem sono, que não tem sonhos, e que come os sonhos,
De escrever na tua pele.
A tua pele é pauta
musical, é tela suspensa numa parede invisível, numa parede sofrida, sem janela
para o mar.
A tua pele é o luar,
A tua pele são as
estrelas da noite
E que nunca dormem,
E que até parecem imortais.
A tua pele é perfumada,
veste-se a rigor, sai à rua e vai às compras, a tua pele finge, finge que não me
vê, finge que não sabe ler, de ler as palavras que escrevo nela.
A tua pele é silêncio, é
equação sem solução, a tua pele
(sei lá eu, sei lá eu)
De que é feita a tua pele
além de lâminas de luz,
E de pétalas em sorriso.
27/11/2023
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