Morro de ti.
Morro em ti à náusea da
manhã, morro de ti, depois do pequeno-almoço, morro de ti,
Quando o perfume do teu
cabelo poisa na minha mão.
Morro em ti, manhã
envenenada, morro em ti, chama ardente desta lareira desanimada,
E triste, e cansada,
Morro de ti, flor que se
despede do seu jardineiro,
De ti eu morro,
Em ti, eu morrerei acreditando
nas acácias da minha infância,
Morro em ti, clareira da
madrugada, enxada que me persegue, antes de cair a noite, morro em ti e de ti
morrerei antes da meia-noite.
Morro por ti.
Em ti eu morrerei,
Morrer por ti…
Morro por ti.
Morro em ti silêncio do
infinito, decima quinta potencia do olhar, entre quatro paredes de mar,
Morro de ti, em ti eu
morro e morrerei, acreditando nos sonhos,
Morro de ti, acreditando
nas sombras do amanhã.
Morro de ti,
Morro de ti jangada do
meu olhar, atormentada maré, morro em ti, rochedo da insónia, deste menino,
Sem fé.
Morro de ti, mão canfora
da tarde, ribeira entre parêntesis, morro de ti e em ti, de morrer junto ao
mar, de pedir uma salva de palmas, um lanche e um cigarro, em ti, quando o sol
se torna frio e quando o teu olhar se veste de sol…
Morro de ti, em ti,
lágrima da manhã, de ter morrido antes de acordar a lua, depois de partir a
insónia, e morrer…
Em ti.
Morro de ti,
Sentir os teus lábios no
poema, perceber que cada palavra, é um beijo teu, de mim que morre,
Em ti e de ti,
Partir.
Ficar.
20/11/2023
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