As palavras, aos poucos, cansam-se
das minhas mãos. As palavras escondem-se nos teus olhos, minha querida manhã de
cereja ensonada, as palavras, as tuas palavras,
As tuas palavras são a minha
madrugada, são o eterno silêncio nocturno dos luares de insónia,
As palavras, aos poucos,
cansam-se das minhas mãos, e fogem para o mar,
Do mar em teus olhos.
Olho esta fogueira de
sono, e as palavras, as tuas palavras, as palavras com que desenho o poema…
Morrem antes de
alcançarem as minhas mãos.
Fico triste, meu amor,
fico triste por não ter palavras para te enviar, ao menos se eu pudesse
transformar palavras que não tenho em um simples olhar,
Ao menos,
Eu escrever-te-ia e eu te
enviava,
Palavras,
Palavras de amar.
Palavras que não tenho,
palavras que procuro na escuridão do dia e na alegria da noite, palavras tuas
em teus olhos de mar,
Em teus olhos em flor,
Das palavras que que te
escrevo,
Às palavras que não
tenho.
As tuas palavras, meu
amor, são as palavras que adocicam o meu olhar, são as tuas palavras que
inventam nos meus lábios, o beijo,
Entre algumas palavras,
nas palavras que procuro.
As palavras, aos poucos, cansam-se
das minhas mãos. As palavras escondem-se nos teus olhos, minha querida manhã de
cereja ensonada,
Palavras envenenadas,
palavras sem madrugada,
Nas palavras das tuas
palavras,
As minhas tristes
palavras,
Da minha sensação de
acreditar nas palavras, quando as palavras que procuro, são apenas as tuas
palavras,
Nas palavras que escondo
nos teus olhos, meu amor,
Das palavras que habitam
neste jardim em flor.
Em flor as palavras,
Das palavras, as tuas
palavras.
23/11/2023
Sem comentários:
Enviar um comentário