O que vês não existe
O que sentes e existe e
que não vês
E que te acompanha
Que te abraça
Existindo apenas os
braços
Não existindo o abraço
Que vês e sentes
Que não interessa sentir
Vês esta estátua
Sentes esta estátua
Abraças esta estátua…
Mas será que ela existe?
Existirá uma estátua ou apenas
um pedaço de pedra ou aço
E existe
Nos teus braços
A quinta sinfonia de Beethoven
Ouves a manhã
Mas não existe manhã
Mas não existe tarde
Em existência
Apenas ela
A noite existe
Não ouves a lua
A lua existe
Porque vês a luz
E se a lua for apenas um
cortinado colorido…
Nesta galáxia
Que me come em pedaços
Que existe e faz com que
eu deixe de existir
Neste labirinto
O dióxido de ferro que
lanço
Sobre o corpo
Ante de adormecer
E ele sente a noite
E a noite sente-o a ele
O abraça
O escorraça
Dá-lhe banho
E deita-o suavemente na alcofa
Não o acorde
Que ele existe
E está embriagado desde a
semana passada
Existe que não existe em
ti a fotografia que vês
Que sentes e apalpas com
a mão
A minha não aprisionada ao
papel fotográfico
Ele chora
Ele sofre
Existe
Existia na noite anterior
Ergue-se
Ergue-se e percebe que
existe
Que vê tudo aquilo que
existe
E existe tudo o que vê…
Antes que a noite nos
veja.
01/10/2023
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